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7/05/2014

Diretor questiona envolvimento da Fifa na polêmica de venda de ingresso

Thierry Weil, diretor de marketing da entidade, afirma que nome passado pela polícia que seria de oficial da Fifa pode ser de cambista inlgês preso dias atrás

O diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, responsável também pela parte que cabe à entidade da operação de ingressos da Copa do Mundo, questionou na manhã deste sábado o fato de haver uma pessoa da Fifa envolvida no esquema de revenda ilegal de ingressos da Copa do Mundo por um grupo desmascarado em operação da Polícia Civil batizada de "Jules Rimet".  O dirigente revelou que a polícia tem um nome, "Roger", que poderia ser um dos cambistas presos dias antes após denúncia da Fifa no mesmo hotel que hospeda a cúpula da entidade, na Zona Sul do Rio. Ele se refere a Roger Leigh, um dos dois ingleses detidos no dia 21 de junho, no Copacabana Palace, que tiveram prisão preventiva decretada.

- Há uma discrepância. Se eles tivessem de verdade um nome de um oficial da Fifa, teriam ligado, investigado, e pedido para falar com a pessoa. Não houve nenhuma pessoa que foi abordada pela polícia de qualquer forma. Não houve nada além dessa colaboração que informei.


Após a entrevista, coletiva, nitidamente incomodado com a divulgação, pela Polícia Civil, de informações negadas à Fifa por conta da investigação, Weil falou o nome que está sendo investigado e o resultado da apuração da entidade:

- Roger, Roger, disseram que o nome é Roger. E descobrimos que essa é exatamente a pessoa que prenderam uma semana atrás. Nós denunciamos e eles prenderam. Então não tenho certeza. Eles dizem que não sabe, tem esse Roger, que talvez seja um oficial. Então checamos e descobrimos que é uma das pessoas que foram presas por eles dias atrás. Dissemos a eles, há três pessoas aqui, eles vieram e prenderam. Agora pedem informações sobre a mesma pessoa. Então não sei, podem haver dois escritórios diferentes trabalhando.

Nesta sexta-feira, o promotor Marcos Kac, da 9ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), afirmou que a revelação do nome do membro da Fifa suspeito de envolvimento com o esquema supostamente liderado pelo argelino Fofana, preso com outras 10 pessoas, abalaria a estrutura da entidade. Na quinta-feira, o delegado Fábio Barucke, da 18ª DP, afirmou ter indícios de que pelo menos uma pessoa da Fifa estaria repassando ingressos de hospitalidade a Lamine Fofana.

- Isso será repassado para a Fifa, que vai nos auxiliar a identificar a pessoa - disse Barucke.

Consultada por email, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que não comentará as declarações de Weil:

- As investigações estão em andamento e, no momento, não há novidades para divulgar sobre o caso - foram as palavras escritas na mensagem.

O cartola, porém, mostrou descontentamento com a revelação de informações à imprensa que, oficialmente, à Fifa, segundo ele, foram negadas. Como por exemplo o número de ingressos da CBF em poder dos cambistas que chegaria a 10, além de entradas pertencentes às federações de Argentina e Espanha.

- Temos o nome de quem recebeu esses ingressos na CBF. Por isso pedimos a eles que nos desses os ingressos para ajudarmos na investigação. E nos mostraram somente um ingresso da CBF. A polícia não confia em nós, mas se há uma investigação em andamento eles têm de ouvir as pessoas ou não há nada. A única parte que os procurou fomos nós. Se estão nos investigando e não querem nos dar elementos, está ótimo, não há problema. Mas como eles podem revelar esses detalhes da investigação para a imprensa?

Ingresso da CBF
Weil confirmou que na sexta-feira a Fifa teve acesso aos ingressos apreendidos. Apesar dos números apontados pelas autoridades de que o grupo movimentaria milhares de bilhetes e que o lucro na Copa poderia chegar a R$ 200 milhões, o diretor informou que a entidade verificou 141 entradas, das quais 71 - incluindo uma da CBF - de hospitalidade, 60 para o público em geral, seis para a Copa do Mundo de 2010 e outros quatro para a Copa das Confederações de 2013. Afirmou que somente dois ingressos eram para jogos futuros, a decisão do terceiro lugar. Estes, confirmada a validade, poderão ser vendidos novamente no site oficial. O restante era para partidas já realizadas, segundo o dirigente.

- Tivemos acesso ontem a todos os ingressos para que possamos ajudar da única forma que realmente podemos, que é rastrear todos os ingressos, a quem pertencem, e se há necessidade de tomar medidas. Não posso entrar em muitos detalhes disso, é uma investigação em andamento, mas escaneamos ontem 141 ingressos, dos quais 131 para a Copa de 2014, seis para a Copa de 2010, não sei o que queriam com isso, e quatro para Copa das Confederações de 2013. O ingresso da CBF é um dos que as entidades recebem, é um ingresso vendido ou dado a eles para servir a eles ou seus fãs. E 60 ingressos para público geral, de diversas categorias: quatro, três ou um. Muitos são sobre jogos passados. Somente dois são para o jogo 63, a decisão de terceiro lugar, e voltarão a ser vendidos depois que forem confirmados verdadeiros - disse o dirigente.

Empresas ligadas à Match e aos cambistas

Thierry Weil comentou também a inclusão, entre os acusados, de empresas com autorização legal da Match, operadora oficial de ingressos da Copa do Mundo, para revenda de bilhetes de hospitalidade. Uma das empresas que têm ações da Match Hospitality, no caso 5%, tem como CEO o sobrinho do presidente da Fifa, Phillipe Blatter. Esta empresa, Infront, lida somente com direitos de transmissão e marketing. A Match Hospitality é um dos braços da Match, que ainda tem outros como a Match Services.

Três empresa ligadas à Match Hospitality e com autorização oficial para venda de pacotes de hospitalidade poderão ter suas licenças encerradas e sofrer medidas legais. A Pamodzi Sports Marketing Nigeria Limited, credenciada para a venda na Nigéria, e a Jet Set Sports, fornecedora oficial para Rússia, Suécia e Noruega, foram apontadas por terem seus nomes impressos em ingressos apreendidos e serão chamadas a prestar esclarecimentos. Há ainda entradas no nome de outras duas companhias, a Relliance, da Índia, e a Atlanta Limited, dos Estados Unidos, também licenciadas para venda oficial de ingressos. Esta última pertenceria ao argelino Lamine Fofana, apontado como líder do esquema de cambistas.

- Uma companhia, Relliance, tem 58 ingressos apreendidos com seu nome. Se eles deram ingresoss para essas pessoas revenderem, é definitivamente um ato criminoso e vamos tomar as medidas legais cabíveis.  A Jet Set foi somente um pacote, temos de ver qual indivíduo desse grupo revendeu seu ingresso. A Pamodzi era também um ingresso, também agente de venda da Match Hospitality, e também precisamos saber quem exatamente tinha esse pacote, e aí definitivamente tomaremos passos. Essas companhias estão agora na "blacklist" (lista negra). Temos de apurar se é uma ação errada corporativa, ou do indivíduo que detinha o ingresso - explicou Weil.


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