Você colocaria esses bichos no seu prato?
Mosca, barata, gafanhoto, abelha, besouro… Todos esses animais têm algo em comum: são insetos. Mas isso todo mundo sabe. O que muita gente nem desconfia é que eles podem servir de alimento e são considerados deliciosos quitutes em vários países.
Não acredita? Pois saiba que até em algumas regiões do Brasil muitas pessoas comem insetos. Portanto, troque a expressão de nojo pela de curiosidade e embarque nessa leitura que deixaria muita gente pelo mundo com água na boca!
O uso de insetos como alimento pelo ser humano é um hábito antigo: na pré-história, já havia pessoas que se alimentavam desses animais. Comer insetos, porém, não é algo que todo mundo faz. Para certas culturas, como a de alguns países das Américas e da Europa, comer insetos é visto como uma prática “primitiva”, sobretudo nas regiões do mundo em que a população é mais rica.
Além disso, há a ideia de que esses animais sejam nocivos, nojentos e transmissores de doenças. Assim, as pessoas tendem a menosprezá-los. Hoje em dia, porém, os insetos são consumidos em cerca de 120 países, dos cinco continentes. Eles estão à venda nos mercados populares das pequenas cidades ou presentes no cardápio de restaurantes de luxo nos grandes centros.
Das centenas de milhares de espécies de insetos já catalogadas pelos cientistas, mais de 1.200 são utilizadas como alimento por cerca de três mil povos do planeta. Esses animais são consumidos nos mais diferentes estágios de desenvolvimento: de algumas espécies, são comidos os ovos; de outras, as larvas; de outras, o inseto adulto.
Mas o que os insetos têm de tão especial para que alguém queira comê-los? Quando olhamos um gafanhoto, ele não parece muito apetitoso. Porém, insetos como ele têm mais proteína do que animais como o boi e a galinha. Para você ter uma ideia, 100 gramas de formigas, por exemplo, têm o dobro de proteína de 100 gramas de carne de peixe, frango ou boi. E a proteína é indispensável na alimentação humana!
Pesquisas indicam também que os insetos oferecem ao nosso corpo a energia necessária para fazer as mais diversas tarefas. Cem gramas de cupins, por exemplo, fornecem 561 calorias, quando um ser humano precisa de cerca de 2.000 calorias diárias para viver. O tipo de gordura presente nos insetos também faz bem à saúde.
Mas é bom deixar claro: nem todas as espécies de insetos são apropriadas para o consumo humano. Várias devem ser evitadas, pois trazem em seu corpo toxinas que extraem das plantas ou que produzem por si só.
Eraldo Medeiros Costa Neto, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana